08 dezembro 2022

Recomeços...título provisório e concomitantemente em permanente mutação!

Esta coisa de ser forçado a ter momentos de pausa tem que se lhe diga! 

Dou por mim a reencontrar velhos escritos e pensamentos e a constatar que as nossas ideias nem sempre vingam! Como esta de construir um blog de família no qual os 4 pudéssemos criar memórias para que, um dia mais tarde, quando já não fosse possível escrever, este fosse um dos nossos "satélites para o futuro". Confesso que acalento em mim uma "secreta esperança" de um dia, um dos meus netos,  descobrir estas páginas e ficar a conhecer melhor o que em tempos eu fui.

Assim, como a ideia não vingou, reclamo por mim a responsabilidade de continuar a digitar letras e palavras de uma forma mais ou menos anónima, sem revelar muito de quem somos ou sou. Apesar de procurar conforto na ideia de que alguém poderá ler estas palavras, não pretendo de forma alguma expor em demasia, os restantes membros desta Casa das Sardaniscas!

05 abril 2018

Passo a passo

Desde que soubemos da notícia a vida cá de casa deu grandes voltas...cancro! A sardanisca maior tem cancro!
Por mais que tente ser positivo sobre a situação, começo a aperceber-me de que estou a acusar sinais de desgaste perante  estes momentos. A revolta, a angústia, a alteração de rotinas está a provocar a sua mossa. Dou por mim a precisar de falar com outras pessoas, para além das habituais, sobre tudo isto.
É-me difícil processar este momento das nossas vidas...por tudo o que estamos a passar... pelas diversas tentativas de aligeirar as situações e que não são bem recebidas pela P., ou se calhar até são, mas ela também está com dificuldades em gerir estas emoções...pelo facto de sentir que falho todos os dias no que diz respeito aos meus objetivos e ao papel que me compete na família, ou se calhar até nem falho assim tanto ... mas eu também não sei gerir estas emoções.

04 abril 2018

Sou feliz só por preguiça!

Roubei a frase do Mia Couto, mas é assim que me sinto: " Sou feliz só por preguiça. A infelicidade dá uma trabalheira pior que doença."

27 outubro 2017

Sou minoria!

Bem...nesta tarde em que a Catalunha declarou a independência (vamos a ver até quando!), tenho a declarar que faço parte de uma minoria. Com algum pesar e tristeza,  à mistura com alguma frustração, assumo que faço parte da minoria dos gordos e anafadinhos!
Preciso de comprar roupa, tarefa que logo à partida exige um grande esforço da minha parte pois detesto lojas, provadores, espelhos de corpo inteiro e não saber o meu número de roupa pois ele varia de marca para marca, mas para além disso, e no que diz respeito a calças, em todas as lojas onde entro só encontro slims, skinys, carrot slims e outras mais combinações. Quando já cansado de tanta procura me dirijo ao funcionário da loja questionando se não existem calças de corte normal, ele, totalmente vestido com roupa slim e skiny, responde com um grande sorriso: dessas já não temos muitas!
As compras de roupa ficam para outro dia! Vou até à loja de ferramentas...aí sei onde encontrar o que procuro!

27 agosto 2017

Porque hoje é domingo!

Porque hoje é domingo... acordei cedo e, aproveitando o silêncio da casa, refugiei-me no jardim a ler. Na rua poucos são os carros que passam, sendo que as bicicletas deslizam em maior número. De vez em quando dois galos cantam em disputa, anunciando o dia que, por ser domingo, tarda em iniciar-se. E eu aqui estou: lendo e a gozar este momento.

23 abril 2017

Panela de três pés, lareira e recordações

Hoje, após o almoço de grelhados, resolvi aventurar-me na confeção de uma sopa de feijão verde... ao lume de lenha e na panela de três pés da minha avó. Tenho algumas recordações dos cheiros e dos sabores da comida confecionada naquele tipo de panelas, com a minha avó a levantar os testos utilizando a ponta do avental e mexendo a comida com uma velha colher de pau. Lembro-me em especial do bacalhau guisado com batatas. Apesar de já ter comida a sopa (a propósito está óptima), estou a salivar e quase que sinto o sabor do bacalhau. Boas recordações.



22 janeiro 2017

Centros comerciais...centros de dia?

Hoje, por motivos de força maior (leia-se motivos familiares) fui obrigado a passar algumas horas num dos grandes centros comerciais de Lisboa. Para além de não ser grande adepto deste tipo de aglomerado de lojas e atropelo de pessoas, neste em particular, irrita-me a forma como foi construído uma vez que, por mais voltas que demos, acabamos sempre por passar pelos mesmos locais. Confesso que fico mesmo desorientado com os círculos de trajetos que tenho de percorrer e só quando chego à praça central é que sinto algum alívio e desafogo.

Foi precisamente na praça central, ao tentar encontrar um banco onde descansar, que comecei a aperceber-me de que todos os bancos e cadeiras se encontravam ocupados por idosos. Uns em amena cavaqueira, outros a ouvir música e a ler, uma senhora ou duas a tricotar, outros a realizar palavras cruzadas, outros simplesmente a ver o tempo passar. Achei curioso e por momentos ainda pensei que fosse uma visita de estudo de alguma universidade sénior. Mas não! Ao olhar mais atentamente constatei que a larga maioria dos bancos e cadeiras disponíveis no centro estavam ocupados por idosos. Incrédulo, procurei outros locais de descanso e lá estavam eles. No meio de toda aquela azáfama - dos outros-  ali estavam eles! Pelo forma como interagiam percebe-se que se conhecem e que ali é o seu território.

"Mas o Colombo virou centro de dia!" - comentei eu. Quem me ouviu concordou.